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Oh, Jezebel, por favor!

No dia 21 de novembro de 2013, a editora do site norte-americano Jezebel.com, Erin Gloria Ryan, publicou um artigo sob o título “Seflies aren’t empowering. They’re a cry for help” – algo como “Selfies não são empoderadoras, elas são um grito de socorro”, em português. Nele, ela afirma que os autorretratos são um reflexo high tech do quão deturpada está a sociedade, que ensina as mulheres que sua melhor qualidade é a aparência. Aliás, a definição de selfie para ela consiste em “fotos dos rostos de mulheres sem falar” (“They're literally just pictures of a woman's face not talking”).

 

Uma questão de baixa auto-estima, típica de mulheres que precisam desesperadamente da aprovação do outro, pura forma de narcisismo... Afinal se a “pobre rainha das selfies” estivesse satisfeita com a imagem dela, por que razão ela iria dividir com outras pessoas de suas redes sociais? Essa é a opinião exposta pela editora - e ela não é a única a pensar assim.

 

Pamela Rutledge, diretora do Centro de Pesquisa de Psicologia e Mídia em Boston, considerou na publicação Psychology Today que selfies podem acionar uma dependência de atenção e indulgência que resultaria em um de dois extremos: narcisismo ou baixa autoestima. Mas a mesma Rutledge considera as selfies uma mudança psicológica interessante nos autorretratos e no relacionamento das pessoas com elas próprias. Ela explica: "Elas te permitem ser a produtora, diretora, curadora e objeto da nossa própria história." As  respostas criticando o artigo original surgiram rapidamente e eram baseadas justamente nessa possibilidade de autonomia - e mostraram que a relação de indivíduos com as selfies está longe de ser de preto no branco, com direito a muitos filtros de Instagram! 

 

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